domingo, dezembro 27, 2015

Nas mãos do destino.....



Aos poucos vamos retornando à normalidade familiar. Agora os dias que restam respeitam mais aos amigos e à forma como, com eles, vamos entrar no novo ano.
No meu caso, as festividades variam muito. Uns anos apetece-me sair, correr, brincar na neve como sempre acontece em Courchevel ou Gztad, os locais onde me sinto melhor e onde tenho amigos de longa data. Outros anos, pelo contrario, sabe-me bem receber a família e os amigos e, com a casa quentinha, passar a noite a conversar, a comer e a beber.
Este ano ainda não decidi o que irei fazer. Embora tenha pensado ficar por cá, nada garante que não acabe em Marraquexe, um local a que pertenço mal lá chego e onde me sinto muitíssimo bem.
Vou deixar nas mãos do destino a solução deste problema...

HSC
Sábado, 26 de Dezembro 2015

Jantares natalícios


Gosto, como já tenho dito, de juntar a família e gozar da sua companhia em qualquer altura do ano. Assim, basta o meu irmão mais novo vir do seu actual trabalho em África e lá estamos nós todos à volta dele e da mesa que a minha cunhada gostosamente nos prepara.
Há todavia no Natal algo de que também muito gosto, que são os repastos da época entre amigos. Ontem vim de um deles, todo a preceito, em casa da Rita Delgado. Porém, como resolvi fazer dieta nesta altura - já perdi três quilos e preciso dobrar a dose - foi um grande sacrifício só comer um sonho e não tocar nas rabanadas. Mas, noblesse oblige, porque estava a ficar bem redondinha!
Hoje almocei com outra amiga e sigo para o jantar da Grupa. Felizmente, ao contrário de ontem, posso ir de cara lavada e roupa de todos os dias. Amanhã e depois segue-se a família. Domingo missa, almoço e cinema com amigos. Tudo sem hidratos de carbono e sem doces...
Ter bons amigos, divertidos, bem dispostos, que nos fazem esquecer as tristezas é o único património que não paga imposto. Pelo menos, por enquanto...Abençoados sejam eles!

HSC

domingo, dezembro 20, 2015

Gostar e não gostar, eis a questão!


Apesar de ter feito análise vários anos e de considerar que ela me ajudou muito a perceber-me e a escutar os sinais que o corpo e a alma me dão para antecipar futuros efeitos funestos, a verdade é que existem algumas pequenas janelas que conseguiram escapar àquele processo.
Uma delas, e talvez a mais significativa, respeita o facto de eu ser perfeitamente capaz de gostar e não gostar, em simultâneo. Explico-me melhor com um exemplo.
Tive sempre com José Mourinho esta ambivalência. Aprecio as suas qualidades profissionais, mas o que mais gosto nele é também aquilo que menos aprecio. Se, por um lado, admiro a convicção, a segurança, a autoconfiança, a frontalidade que sempre manifesta, por outro, irrita-me sobremaneira a arrogância, o amor próprio, a sobranceria, o orgulho, que também tem e que são o reverso da medalha daquilo que ele realmente é.
Assim, como se deduzirá, o special one atrai-me e afasta-me, diria, com a mesma intensidade. Mas não seria verdadeira e aqui é que reside o nó górdio da questão. É que para se poder conviver com este dualismo, tem que se perceber que um dos lados possui algo mais do que o outro, mesmo que a diferença seja, diria, infinitesimal. No caso vertente esse infinitésimo pende a favor de José Mourinho, sabe-se lá porquê. Talvez, admito, porque também é um bonito homem!

HSC

sábado, dezembro 19, 2015

Telefonar para o céu!



Aliviando um pouco o trabalho de promoção do meu livro e aproveitando o tempo que me levou a vários cantos do país, decidi actualizar os contactos de um dos dois telemóveis que possuo. Todos sabem que quando se aproxima o fim do ano é frequente começarem a surgir as chamadas boas intenções. Foi o que aconteceu comigo.
A ideia, brilhante, era actualizar os dois aparelhos limpando por um lado o nome dos desaparecidos e acrescentando, por outro, números que apenas existiam num deles.
Disciplinada comecei por fazer transitar entre eles os que não eram comuns. Parece simples, mas como era trabalho manual porque as marcas não eram compatíveis por bluetooth, a coisa demorou bastante mais do que eu supusera, optimista que sempre sou. 
Acabado este trabalho, alta noite, num quarto de hotel de hotel bem simpático, deixei para o dia seguinte a nova etapa que seria a de cortar aqueles que já haviam partido. Ora foi aqui que a bendita tecnologia ou a minha deliciosa incapacidade, mostrou a sua força. Por artes mágicas fiquei com os vivos num telemóvel e com os mortos no outro. Não se riam!
No primeiro momento nem percebi o que se passara. No segundo continuei a não perceber a causa, mas constatei a realidade. No terceiro irritei-me mesmo e soltei a língua. No quarto, como sempre me acontece nestes casos de falta de domínio tecnológico, deu-me um ataque de riso perante o ridículo em que me encontrava.
Contando em casa a história, vejam que fui aconselhada a manter a situação porque não haveria, decerto, ninguém mais no mundo que tivesse um telemóvel para falar para o céu!

HSC

quinta-feira, dezembro 17, 2015

As manifestações de afecto


Há três dias fiz 800Km no espaço de 36 horas, para três sessões de autógrafos. Fui daqui ao Porto onde fiz duas sessões e depois fui do Porto à Guarda para mais uma sessão nos CTT que, como sempre, decorreu em ambiente de festa. Não me canso de louvar o trabalho de divulgação que esta empresa faz dos livros que vende. Até parece que sou accionista dos CTT!
Desta vez comoveu-me imenso a gente que encontrei. Uma senhora que perdera uma filha há dois dias, só queria perceber como eu tinha conseguido superar a partida do Miguel. Disse-lhe que ninguém supera essa dor, apenas aprende a viver com ela. E que essa aprendizagem - ao contrário do que muitos pensam - jamais está terminada. Começo o dia a olhar a foto do Miguel e termino a noite a despedir-me dele com um "até amanhã"!
Depois, tive tantos presentes - flores, requeijões, pão caseiro, enchidos - que, por umas semanas, a Guarda vai estar no meu palato e no meu coração. Finalmente os próprios CTT tinham preparado um lanche que me soube a manjar, porque não tinha conseguido almoçar e estava a morrer de fome. Mas era de facto um manjar com tudo o que de bom existe naquela zona, de onde, aliás, a minha família paterna é oriunda.
Vim com o coração cheio e mais de 300 exemplares assinados. Haverá alguma coisa melhor do que este calor humano, para compensar 800Km feitos debaixo de chuva e nevoeiro intensos?! 

HSC

quarta-feira, dezembro 09, 2015

Fazer anos!


Eu gosto de fazer anos. Sempre gostei. Os primeiros de que me lembro datam de 1938. E também gosto de assistir aos aniversários dos outros. A maioria das minhas amigas esconde a idade e irrita-se por eu dar a conhecer a minha.
Ontem fiz anos e tudo deu errado, quando tudo estava preparado para dar certo. Hoje já me rio de tanta peripécia insólita que me aconteceu. Ou melhor, ontem, antes de rezar, deu-me um ataque de riso enorme pelos acontecimentos bizarros que ocorreram. Que pareciam tecidas por uma bruxa. 
Ora como eu não acredito nestas coisas, fico-me por aquela explicação popular que diz que "há dias assim". Para o ano, está prometido, renasço das cinzas com 68 anitos e vou tomar todas as medidas para que os desastres deste ontem não se repitam.
Já decidi que irei no dia 6 para um hotel muito bom. E a prenda que darei a mim mesma é ficar lá até ao dia 9, data em que retornarei a casa, qual gata borralheira antes de soar a meia noite. 
Mas nesses três dias terei piscina aquecida, massagens, room service e outras mordomias próprias de uma princesa, que é o que na altura serei.
Esperem por mim só um ano e verão o luxo encantatório de que me vou, finalmente, rodear!

HSC

domingo, dezembro 06, 2015

A inveja

Poucos sentimentos há mais negativos do que a inveja. Individual e colectiva. Que se apropria de tudo, desde o futebol, à política, passando pelos amigos e pela família. A norma básica deste defeito assenta no princípio de que "se eu não tenho os outros também não devem ter" ou noutra versão "se ele têm porque é que eu não hei-de ter". E deste modo compara-se o que não é comparável e raramente se analisa o que leva a que um possa ter e o outro não.
Há dias escrevi noutro blog um post sobre as diferenças existentes entre quem, numa mesma instituição, tem direitos diferentes no que respeita à saúde. Tirando escassos comentários, a maioria assentava na justificação de que aqueles que tinham acesso à ajuda na doença eram funcionários públicos e os outros que também lá trabalhavam não. Ou seja, nós não somos, dentro duma mesma instituição, iguais no acesso à saúde. Para sermos iguais teriamos que nos arregimentar todos na administração da nação.
Depois seguia-se a habitual desculpa dos privilégios de alguns - a inveja doía porque se todos os tivessem ninguém reagia - e as críticas ferozes que tal originava.
Que bom seria que todos fossemos iguais desde que despendêssemos iguais esforços. Acontece que na vida não é assim. Há os ambiciosos, os trabalhadores e os ociosos. E, claro, nem todos podem ter iguais retribuições. Isso seria injusto e só estimularia a preguiça. Felizmente que nem todos somos iguais, apesar da inveja que isso provoca!

HSC 

quarta-feira, dezembro 02, 2015

Gostar de gostar...


A conversa sobre actores, livros, cantores, até estava a correr muito bem. O que começava a distender-me, porque haviam sido muitos os avisos de que aquele entrevistador não era tido como muito dotado.
Já para o fim da entrevista ele larga-me, jovial, a seguinte pergunta: diga-me lá, Helena, depois desta deliciosa conversa "de que é que afinal gosta mais, mas mesmo mais, na sua vida?". Respondi-lhe, sem qualquer hesitação: "o que eu mais gosto é de "gostar".
O homem ficou a olhar para mim, um pouco incrédulo, mas, como todos os incrédulos, arriscou nova pergunta: "mas o que é gostar de gostar?".
Aí soltei uma gargalhada e expliquei que gostava de gostar dos meus filhos, que gostava de gostar dos meus amigos, que gostava de gostar do meu trabalho, enfim, que até gostava de gostar de mim.
Ah! Ah! respondeu-me. Mas não sei se terá percebido muito bem que "gostar de gostar" é mesmo muito mais do que gostar....

HSC

Agenda de sabores


Este título é o de uma Agenda que eu fiz há anos. Resolvi aproveita-lo agora para titular um novo blog de bem comer, com as receitas cá de casa. Se gosta de boa comida caseira vá já a correr a

                          http://agendadossabores.blogspot.pt/

e já encontra com que se entreter. Há quem jogue às cartas ou vá às compras para matar o tempo livre. Eu gosto de trabalhar. E de partilhar o que é bom!



HSC