segunda-feira, janeiro 25, 2016

O fenómeno Marcelo


Pode não se gostar de Marcelo Rebelo de Sousa e até ter razões para isso. Mas é difícil ficar-se indiferente ao fenómeno que ele corporiza, ao realizar um sonho, que se adivinha antigo, da forma como ele o fez. É a vitória de um homem só por mais que se diga que a sua base de apoio é a direita. Ganhar em todos os distritos, sem cartazes e sem máquina partidária, numa das mais económicas campanhas presidenciais, não pode ser apenas isso. Marcelo sozinho representa bem mais do que a direita. É um facto!
E é este facto que vale a pena ponderar. Tanto no governo como na oposição. Porque ter o país todo verde - a cor que o representa - não é um feito para qualquer. Estou à vontade para o dizer porque não sendo uma convicta marcelista, o fenómeno que ele representa está longe de me ser indiferente.
Como também me não é indiferente o que aconteceu a Maria de Belem, que vale seguramente mais do que os votos que recebeu. Também aqui julgo que o PS tem matéria séria para pensar. É que nem o facto de António Costa ter falado à nação como PM e não como lider do partido, altera este facto. Pelo contrário, até o torna mais premente.
Uma última palavra para o discurso de Sampaio da Novoa que merece ser salientado, quando refere que, a partir daquela altura, o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, era o seu Presidente da República. Nem todos foram capazes disso!

HSC

8 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Concordo totalmente com este seu texto.
Lamento o que sucedeu a Maria de Belém,
e ter à sua conta as despesas da campanha.
Também reconheço que o discurso de Sampaio da Nóvoa foi digno
de um vencido.
Sobre Marcelo foi um presidente eleito pelo afecto. E isso
torná-lo-á um presidente diferente?
Que Deus lhe dê saúde, porque sabedoria tem ele muita.
Cumprimentos
Irene Alves

Joaquim de Freitas disse...

Cara Senhora D.Helena Sacadura Cabral

Não acha que houve desde há muitos anos um fenómeno nos media e no "emprego" do Professor Ribeiro de Sousa, que criou o fenómeno Ribeiro de Sousa ? Creio que foi o "jornalista" mais conhecido de Portugal! Não? A tal ponto que a imprensa estrangeira escreve "que foi um comentador de televisão" que ganhou as eleições! Sem lhe retirar a inteligência, o estatuto, o carisma e a arte de vender em política!Este candidato apareceu-me "fabricado" "sur mesure"!

Eu vi isso de longe. Além da dispersão da esquerda portuguesa, como ontem na esquerda francesa, em 2012, que trouxe Le Pen às portas do poder, e que obrigou a esquerda a votar Chirac, para salvar a República. Mas neste caso, era Jospin que não era o "homem" dos media! Nunca foi.

Escrevi este texto algures. Para evitar de repeti-lo, se a Senhora desejar, aqui o deixo. Com os meus respeitosos cumprimentos e os meus votos de pronto restabelecimento. Atenção ao flagelo! Por curiosidade : não se vacina? Sei que para a politica não existem vacinas. Mas para a gripe sim!

"A democracia do capital, isto é a democracia burguesa, delimita de facto um sistema de organização política e social que dá a ilusão de manter um mínimo de garantia ao povo confrontado aos dominantes e proprietários dos meios de produção e trocas, mas também aos financeiros.
Assim, como se pode ainda pretender que uma simples eleição a intervalo regular, justifica que o nosso sistema político é democrático e o mais apropriado ao nosso povo mas também ao conjunto dos povos, no momento mesmo em que não se cessa de descobrir as mentiras escondidas, as promessas esquecidas, a propagação da corrupção na classe política, e as leis, medidas e decisões que eliminam os direitos ...sem nenhuma possibilidade de controlo e de influência sobre aqueles que foram eleitos?
Esta falta de controlo social sobre as decisões duma "classe política" desdenhosa e embebida do seu poder, trouxe-nos onde chegaram as populações espanholas, gregas, portuguesas, italianas, confrontadas a uma degradação histórica dos seus direitos e condições de vida, nunca atingida desde a saída dos períodos fascistas.
E ao constatar o papel dos media na eleição portuguesa, e não só, porque eu também vi isso por cá, não podemos sob estimar o poder da sua ditadura. Mesmo se em certos países ainda subsistem alguns ilhéus de liberdade, no Ocidente, os media estão ao serviço do pensamento único imposto pela burguesia capitalista.
Os partidos políticos, salvo as raras excepções dos" puros", estão ao serviço do pensamento único, imposto pela burguesia capitalista. Os partidos políticos têm necessidade de visibilidade para ganharem as eleições. Os media controlados pelo capital permitem esta visibilidade. Os partidos e os políticos devem conformar-se aos diktats dos media para serem cobertos. Transformam-se assim em ultraliberais para serem vistos, portanto ao serviço do capital, pensam e agem como este quer.
Por isso penso cada vez mais, que a Mãe de todas as revoluções é o derrube da ditadura mediática. Porque esta formata os políticos, enquanto que estes formatam os eleitores. .. que são também formatados pelos media ..."

Anónimo disse...

Helena, o homem tem tanto medo que não o levem a sério como Primeiro Ministro, que nem nas alturas adequadas se apresenta como representante do PS. Aquilo é patológico. Tantas fez para lá chegar que agora tem que se agarrar com as boias todas, antes que lhe fuja.

Helena Sacadura Cabral disse...

Joaquim de Freitas
A comunicação social representa entre nós um quinto poder fortíssimo. De facto, seja pelas razões que apontou ou por outras muito específicas do nosso país, os media "fazem" ou "desfazem" quem muito bem entendem e lhes é conveniente. E, parece, ninguém se importa com isso!

Anónimo disse...

Sócrates vai pedir ao seu grande amigo para ajudar a besnica Belém a pagar a massa da campanha.
Ele é da Malta fixe.

Zézé

Anónimo disse...

Marcelo RS é um exemplo da sociedade do espectáculo, é uma estrela da Tv, nada mais.


Anónimo disse...

Duas faces da mesma moeda:
. A face mediática- maníaco, verborreico, hiperactivo, exibicionista
. A outra face- solitário, hipocondríaco, macambúzio, esquisito

Anónimo disse...

Notas retiradas de artigos publicados na imprensa francesa em 25 de Janeiro:

«Agindo muitas vezes NA SOMBRA, Marcelo RS forjou a imagem de centrista para ganhar uma dimensão presidenciável».

«Mas aquele (Marcelo RS) a quem por vezes chamam 'O CAMALEÃO' é um electrão livre ao serviço da direita, que não recusará nenhuma decisão».

«DANDY EXCÊNTRICO»

«Capaz de se adaptar às circunstâncias, não deixa de ser UM VERDADEIRO CONSERVADOR, católico praticante, opondo-se empenhadamente à liberalização do aborto e ao casamento gay»

«Marcelo RS impôs-se como favorito nas eleições presidenciais graças à popularidade que ganhou como VEDETA do comentário político, durante catorze anos».

«PERSONALIDADE AMBÍGUA E CONTRADITÓRIA, Marcelo RS é «o melhor exemplo do poder mediático em Portugal» resume o seu biógrafo Vitor Matos».

«Este electrão livre da vida política portuguesa, criticado pela sua TENDÊNCIA PARA A INTRIGA E FALTA DE LEALDADE...»

«Acabou por ter o apoio de Pedro Passos Coelho, apesar de este lhe ter em tempos chamado 'CATAVENTO POLÍTICO'...»