sábado, abril 30, 2016

Cumprir a promessa


Já aqui tenho falado da minha afeição por Valinhos, em Fátima, o local onde Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos.
Estava combinada uma sessão de autógrafos nos respectivos CTT e eu havia prometido há muito tempo, que lá iria agradecer se um dia o meu filho saísse da política activa. Foi atendido o meu pedido e eu fui cumprir a minha obrigação. Com gosto, confesso já!
De caminho pude ter a alegria de comer na tia Alice e, como sempre faço, irromper pela cozinha e dar-lhe um abraço apertado.
A sessão - como se adivinha- foi exemplar. Os CTT são a empresa que melhor trata os meus livros e que mais me mima. Todas as sessões que fiz, e já foram muitas, deixaram-me saudades. 
O público que tenho merece todos os sacrificios que possa fazer em deslocações. São de uma ternura inexcedível e venho sempre com a alma lavada com as coisas que me contam. Eu não ambiciono ser conhecida pela escrita. Ela dá-me prazer, que é algo diferente. Mas ver nos olhos dos outros a ternura que me dedicam enche-me o coração e, se não tenho cuidado, viro piegas mesmo!

HSC

quarta-feira, abril 27, 2016

A arrogância de Constâncio


Não pertenço a nenhum partido mas confesso que me desagradou a arrogância revelada por Vítor Constâncio - actual vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e ex-governador do Banco de Portugal -, face ao pedido feito pelo PSD para que o responsável preste depoimento na comissão de inquérito parlamentar ao Banif.
É que, do meu ponto de vista, a resposta que ele deu ao jornalista que lhe colocou a questão, revela uma atitude de superioridade que nada justifica. E muito menos gostei de ouvir a explicação dada, de que só tem de responder perante o Parlamento Europeu e que até acompanha pouco o que se passa em Portugal…
Se o faz , não o devia ter dito, sobretudo em publico. É pena, porque as suas actuais funções não lhe retiram a nacionalidade, nem os deveres a que esteja submetido por via dela e das funções que exerceu…

Talvez fosse util haver uma alteração da legislação europeia, de modo a garantir que as instituições que interferem nas decisões internas dos Estados-membros tenham o "dever democrático" de dar satisfação plena aos pedidos de colaboração dos parlamentos nacionais.


HSC

sábado, abril 23, 2016

Quatro anos depois


Amanhã passarão quatro anos sobre a morte do meu filho Miguel. Posso afirmar, sem mentir, que não houve um só dia que começasse sem o saudar e o terminasse sem dele me despedir. Na minha casa as suas fotografias a sós e com o irmão, estão bem presentes. Vivo, aliás, rodeada dos meus, desde os bisavós aos netos que tenho.
Amanhã começarei o dia com uma missa em sua intenção, onde espero ter comigo o seu irmão e a sua irmã, juntamente com os amigos. Não vai ser um dia fácil, como aliás o de hoje também não será, porque me faz lembrar os últimos momentos da sua vida, que é a imagem mais atroz que até hoje presenciei.
O meu filho morreu com uma enorme dignidade e o que mais me custa é que tenhamos tido que a partilhar com o partido em que militava, o qual jamais permitiu que a sua morte fosse apenas um assunto de família. Embora me esforce por compreender que essa era uma parte importante da sua vida, é-me muito difícil aceitar que o Bloco se pudesse ter transformado numa espécie de segunda família...
Finalmente, decorrido o primeiro aniversário do seu desaparecimento, somos nós - eu e o irmão - que nesta matéria passámos a ocupar o lugar que nos cabe, decidindo do "como" e do "onde" a sua morte será relembrada. Desta vez será na Capela do Rato, na missa das 11:30, celebrada pelo Padre Tolentino de Mendonça.

HSC

quinta-feira, abril 21, 2016

Gosto de Gostar!


Aqui fica a capa do meu novo livro - linda! - para abrir o apetite nesta primavera que nunca mais aparece. GOSTO DE GOSTAR já está em pré venda na Wook e irá para as livrarias no dia 4 de Maio.
O lançamento, como é hábito, será no Corte Inglês, no dia 11 de Maio, às 18h30, e a apresentação estará a cargo da minha querida amiga Maria João Lopo de Carvalho.
Todos aqueles que quiserem aparecer serão muito bem vindos!

HSC

sábado, abril 16, 2016

O cartão da cidadã


Eu tenho um enorme amor pelo meu Bilhete de Identidade, que é vitalício e com o qual gostaria de viajar para o outro mundo. E pensei que poderia ser assim, quando de repente, por uma qualquer razão de que me não lembro, sou informada de que teria de o substituir até 1917. Eis a conversa:
- a senhora tem que substituir este BI pelo cartão do cidadão.
- mas esse BI já é vitalício.
- não minha senhora. Agora há uma disposição que obriga a que mesmo esses cartões sejam renovados.
- e se a pessoa estiver acamada?
- continua a ser obrigada a faze-lo e para isso deslocar-se-á um  funcionário sua  casa para o fazer.
- e ficam vitalícios?
- ah! isso não. Têm de ser revalidados de cinco em cinco anos.
- estou a ver. Mesmo quase no caixão, vêm verificar a identidade e renová-la, não vá haver no céu ou no inferno, discrepâncias... Muito inteligente o sistema!

Isto é o que eu denomino um saque com força de lei. O prazo de validade do cartão de cidadão e os custos de sua renovação, bem como a pretensão de manter a obrigatoriedade dessa renovação na velhice, esteja a pessoa acamada, senil, ou sendo por qualquer outra forma impraticável a sua deslocação para o efeito, são tudo formas do Estado obter receita a todo o custo, sem sequer procurar um mínimo de decência - nem que apenas aparente - nas suas opções.
Espero que o ministro da tutela reveja esta situação, que é mais do que revoltante para todos aqueles cuja idade não justifica que assim se proceda.
E já agora, se sou obrigada a faze-lo, quero um "cartão de cidadã" que é o que eu orgulhosamente sou. Haja também respeito pelo género!


HSC