domingo, novembro 29, 2015

À volta dos livros

À Volta dos Livros

Se quiser ouvir a minha entrevista na RTP com a Ana Daniela  

Soares clique no vermelho. Espero que goste do que vai ouvir.


HSC

quinta-feira, novembro 26, 2015

Em paz


Eu não sei -  nem, aliás, quereria saber - viver em conflito. Ora a nossa sociedade faz dele o seu alimento natural. Ele está na política, no futebol e na religião. Mais, chega mesmo a acontecer que filiados no mesmo grupo, acabem por se não entender, o que é mais supreendente ainda.
Mas afinal a nossa maior obrigação não será a busca da felicidade? Haverá algum objectivo que se sobreponha a esse? Então, se assim é, não mandaria a lógica que cada um procurasse no outro, ou nos outros, os pontos de convergência, em lugar de buscarem afincadamentos aqueles que os afastam? Não será melhor estabelecer pontes entre pessoas diversas do que andar à procura daquilo que as antagoniza?
Ha muito que procuro a serenidade na minha vida, pese embora a imensa diversidade que tanto caracteriza a minha família. Sempre considerei que o facto de termos ideologias diferentes, nunca deveria ser motivo para gostarmos menos uns dos outros. 
E hoje, que já passaram sobre mim muitos anos, concluo que essa é talvez a maior riqueza que possuo. Nem a religião, nem a política ou o futebol me afastaram, alguma vez, das pessoas que amei, porque sempre olhei para essas características como fazendo parte do seu ADN. E, por as considerar assim, acabam sempre por me icomodar tão pouco como se da cor pele ou do cabelo se tratasse. Ou seja, nada. 
Não será isto mais saudável do que andar "à trolha psicológica" com o mundo à nossa volta? 

HSC

terça-feira, novembro 24, 2015

O meu Outono


O outono foi e é a minha estação preferida. Acordo cedo e tenho um prazer imenso em sentir os raios solares que despontam e tentam aquecer o meu corpo. Muitas vezes sento-me nesse meu abençoado terraço no qual começo a perceber o início do movimento da cidade que, aos poucos, vai acordando.
Hoje segui a mesma rotina de sempre, mas quando abri as janelas, confesso, não resisti. Enfiei umas calças de lã e uma camisola grossa, meti-me no carro que parei para os lados de Belém e fui passear à borda de água. 
Não corri, não o fiz por necessidade de trabalhar o corpo. Pelo contrário fi-lo por necessidade de trabalhar a alma, de me sentir quase só no universo e de sentir que os problemas do país com que as televisões e jornais tentam intoxicar a minha vida, ali não valiam nada. Ali, o que valia mesmo a liberdade de espírito, o ceu azul, os raios de sol, o mar e qualquer coisa que, estando para além de tudo isto, envolvia não só o que víamos, mas, sobretudo, a maneira como víamos. Era algo metafísico, uma presença divina, fosse ela de que natureza fosse.
Fiquei por ali a caminhar cerca de uma hora. Depois parei , bebi um café e dei graças a Deus por estar num local onde o medo ainda me não impedia de gozar de tudo isto. E lembrei os tempos em que, em França, fazia o mesmo, com o mesmo prazer. E não pude deixar de ter muita pena...de quem, por medo, não o pode, agora, continuar a fazer!

HSC

segunda-feira, novembro 23, 2015

Depois do lançamento


Como poderão ter lido no meu blogue Fio de prumo o lançamento do meu livro CAMINHOS PARA DEUS aconteceu na sexta feira, 20 de Setembro. No dia seguinte estava tão cansada que resolvi ir com umas amigas ao cinema. Fomos ver "À procura de uma estrela", um filme de John Wells, que tem Bradley Cooper como protagonista, o homem que, dizem, agora namora a ex de Cristiano Ronaldo.
A história até tem piada – a luta de um Chef por mais uma, a terceira, estrela Michelin - mas o permanente décor do frenético labor da cozinha de um grande restaurante torna-se, a meu ver, demasiado obsessivo.
Todavia a moral do enredo até é bastante actual e mostra bem como ninguém consegue ter sucesso se não tiver por detrás de si uma equipa coesa e confiante. Como se depreende o tema merece reflexão. Embora não seja um filme excepcional, julgo que vale a pena ser visto!

HSC 

domingo, novembro 22, 2015

Algumas fotos do lançamento








Aqui ficam algumas fotos do lançamemto. As duas primeiras com o apresentador, a terceira com a equipa editorial da Objectiva com quem fiz este livro, a quarta euzinha feliz, a quinta com a minha linda e querida amiga Maria de Lourdes Modesto e a última uma mostra dos amigos que encheram a sala. 
A todos o meu obrigada!

HSC

sábado, novembro 21, 2015

A criança que persiste em nós


Tenho da minha infãncia muitas e gratas recordações. Sobretudo, dos avós maternos com quem convivi muito de perto e que me marcaram para sempre. Constituiram uma enorme família, tiveram muitos filhos e muitos netos. Mas a imagem que mais me marcou, era aquele permanente olhar de ternura que caracterizou os mais de 50 anos que viveram casados. Assisti à comemoração desse meio século de partilha de vida e sempre sonhei que um dia havia de ser assim, comigo, também.
Para o bem e para o mal tal sonho não foi possível. Mas agora, passados tantos anos, há uma certeza que tenho guardada no meu coração. É que essa criança que os olhou ainda vive dentro de mim e eu não seria a mulher que hoje sou se ela não continuasse a existir!

HSC

quinta-feira, novembro 19, 2015

Amar e gostar


Recordo com muita frequência os meus avós maternos, com quem vivi muito em criança. Guardo deles tudo o que de mais perene possa ter em mim. E hei-de lembrar para sempre os seus 50 anos de casados, rodeados de filhos e netos e simbolizando o que considero ser o Amor.
Muitas pessoas consideram não haver grande diferença entre gosta e amar. Para mim são conceitos diversos. Gosto de várias pessoas. Mas amar implica um escrutínio muito mais profundo. É evidente que gosto daqueles que amo. Mas o contrário já não é verdadeiro, porque só amo uma parte daqueles de quem gosto.
Aplicando conceitos matemáticos, diria que gostar é condição necessária para se amar, mas não é condição suficiente. Com efeito, gostar de alguém significa ter por esse ser simpatia, afeição, carinho, amizade. É, digamos, o prelúdio do amor. Entre um homem e uma mulher, o simples acto de gostar é normal no início do relacionamento. Significa que essa pessoa nos agrada, nos faz feliz, nos anima, nos dá força, nos alegra, tem qualidades que apreciamos e valorizamos.
Já amar alguém implica aceitá-la integral e racionalmente. É, no fundo como se estivessemos dentro da pele do outro. O amor, ao contrário da paixão, não é fruto de uma emoção efémera e carnal. No amor há uma espécie de equilíbrio que torna o relacionamento inabalável. Quando se trata de amor, as marcas que o tempo deixa na pessoa amada, não alteram o que se sente, porque quando verdadeiro, ele vê para além da aparência e contempla o coração. É por isso não há um tempo limite para se amar. Ama-se à medida que se deseja amar.

HSC 

quarta-feira, novembro 18, 2015

O fenómeno do Déjà vu


Tenho um acentuado espírito científico, como prova a área de que sou especialista, a econometria, que, grosso modo, é uma ciencia em que se aplicam os princípios  da matemática aos estudo económicos.
Apesar disso, e na linha do post anterior, passa-se comigo outro fenómeno a que chamamos de "déjà vu". Ou seja, em certas condições, são-me familiares lugares onde nunca estive, ou até pessoas que nunca conheci. 
Não é frequente, mas já aconteceu mais do que uma vez. A propósito, troquei impressões com médicos que conhecem, compreendem e explicam estes episódios. 
Como não me incomodam e até me tranquilizam, não pretendo saber mais e convivo perfeitamente com esta mais valia que, decerto, me deve ter sido dada por alguma razão. Só ainda me não permitiu descobrir o número da taluda!

HSC

A energia de Valinhos


Por norma não sou muito dada a estados metafísicos. Acredito na medicina tradicional, mas jamais censurarei quem vá por caminhos alternativos. Todavia, devo confessar-vos que algo estranho persiste em mim, que não sei explicar. "Sinto" à distancia e com grande nitidez as boas e as más energias. Acontece-me com as pessoas, como me acontece com os lugares. Desde muito pequena.
Por exemplo, toda a zona que vai de Sintra à Praia Grande, traz-me um conforto especial. E não é porque as cinzas do meu filho Miguel - por sua decisão - foram lançadas naquele mar. Já o sentia antes, desde que em criança lá tivera a residência de férias. Quando voltava, vinha, posso dize-lo, com o espírito revigorado. 
Recentemte descobri, por acidente, um outro sítio que me deixa como nova por dentro. Fica em Valinhos, o local onde se diz que a Virgem apareceu aos pastorinhos. A imagem que lá está completamente branca e pura, sem quaisquer decorações poderá, eventualmente, ajudar. Mas a tranquilidade, a vegetação pujante e, sobretudo o silêncio, único, que ali se respira, fazem daquela zona um pedaço de Paraíso. Ao qual, aliás, torno sempre que sinto que a minha alma precisa de alimento. Mas hei-de falar-vos de outros!

HSC

O que é verdadeiramente importante!


Nenhum de nós tem a vida nas mãos. Pode morrer-se velho ou estupidamente novo. Mas a verdade é que só a valorizamos quando estamos à beira de a poder perder. Exactamente como acontece com certos casais, que só acordam da letargia em que vivem, quando um deles resolve acabar com ela. Uns salvam-se. Outros perdem-se inexoravelmente.
Os últimos acontecimentos em Paris deviam levar-nos a centrar o espírito no essencial, naquilo que fica de nós, mesmo para além da morte. Ou seja, o exemplo de vida que demos aos outros.
É por isso que olho com enorme displicência as coisas que estão a passar-se no plano político em Portugal. É que para além de terem uma natureza muito medíocre - à imagem dos políticos que temos - a verdade é que quando as comparamos com as desgraças que vão explodindo aqui tão perto de nós, aquelas são muito pouco importantes e não merecem a celeuma, o desgaste, o insulto, que as vêem acompanhando. 
Verdadeiramente importante é poder continuar a viver, a sorrir, a tentar ser feliz e partilhar com os outros essa felicidade. Tudo o resto são pormenores!

HSC

domingo, novembro 15, 2015

Entre amigos



Passei o último fim de semana, radioso, em Aveiro para celebrar o aniversário do meu amigo Zé Agualusa. Eramos uma meia centena os que, por amizade, se deslocaram de Lisboa para estarmos especialmente com o "nosso" aniversariante. Estas festas têm sempre um toque de loucura, ligado ao tema escolhido para cada ano. Desta vez levávamos máscaras e iamos todos vestidos de preto e branco. A festa realiza-se sempre na mesma discoteca - a Estação da Luz - e depois do jantar há bailamento ou conversa. Confesso que fiquei por esta última, estafada que estava.
Talvez porque tenha tido um pouco de tempo para descansar, dei comigo a discorrer sobre o valor da amizade. Ali estávamos todos contentes por tornar o Zé feliz e ali estava ele a oferecer-nos um jantar numa casa engalanada com vídeos e música dos anos sessenta.
E ali estavam também três gerações de amigos - que começavam comigo que podia ser mãe ou avó de muitos deles -, numa alegria real, na qual a idade não alterava nada do gosto que nos unia. Pelo contrário, permitia-nos um convívio muito enriquecedor e um humor já quase fora de uso. Delirante, direi mesmo.
O Zé tem essa grande virtude de misturar idades e classes sociais muito diferentes e de se divertir, divertindo-nos. Parabéns, porque mereces toda a estima da nossa Grupa* 
que cada vez está melhor!

HSC

* A GRUPA, como nós lhe chamamos, é constituida por homens e mulheres que  são amigos e gostam de se divertir em conjunto!

quarta-feira, novembro 04, 2015

Donde venho