domingo, fevereiro 28, 2016

Os anos da Rita


A amizade que me liga à Rita Ferro não tem data. Foi a Paula Mascarenhas que nos apresentou porque dizia que nos íamos dar muito bem. E temos dado.
A nossa relação tem pontos muito comuns e depois outros em que não podemos divergir mais. Como nos achamos mutuamente muito inteligentes, acabamos sempre por gargalhar daquilo que nos separa que é pouco face ao que nos une.
Na sexta feira a Rita fez 61 anos - tem essa enorme grandeza de não disfarçar a idade - e reuniu mais de 50 amigos íntimos. E por mais que isso surpreenda, o facto é que eles estão sempre lá, seja lançamentos , seja aniversários, seja o que for que ela faça e os queira ao pé de si.
Não pode deixar de se gostar de uma mulher bonita, inteligente, culta, educada, amiga do seu amigo e que escreve muito bem.
Eu diverti-me imenso, revi amigos comuns, estive à conversa com o ex marido dela, o Bernardo que  eu adoro - ela costuma dizer que é o nosso homem comum, deixando pairar no ar coisas vagas de que só ela é capaz - e descobri dois companheiros de mesa que não podiam ter sido melhor escolhidos. A noite foi em cheio.
A Rita é única, irrepetível e ontem estava de meter inveja à melhor das suas amigas!

HSC

terça-feira, fevereiro 23, 2016

E vivam os portugueses!


Hoje acordei assim. Deve ser porque o OE 2016 foi aprovado com os votos do PCP e do BE e o Sporting anda com imensa sorte. Há lá país melhor que o nosso onde tais milagres acontecem!

HSC

sábado, fevereiro 20, 2016

Os génios


Vivi durante um certo período da minha vida rodeada do que então se apelidava de "os jovens turcos". Eu chamava-os de génios, pois faziam-me sentir como a mais destituída das criaturas. Esse flagelo de genialidade durou, na minha vida, cerca de dez anos. No fundo, até eu começar a compreender que o mesmo grupo de pessoas não podia ter sempre razão e eu não podia ser sempre uma débil mental.
O tempo, que os havia de separar para seguirem as suas vidas, permitiria também que eu os olhasse com outros olhos. Uns tiveram fácil sucesso que pouco durou pós 25 de Abril. Outros , qual cortiça, souberam manter-se à tona da água, vogando entre as ideologias como quem voga em mar brando ou encapelado.
Hoje, dos sobrevivos, o menos que se poderá dizer é que não deram pela passagem do tempo. Querem, a todo o custo, manterem-se com referência de uma vida que já não existe e que nem historicamente terá grande valor. Diria que os poucos que restam...andam por aí!

HSC

quinta-feira, fevereiro 18, 2016

O bacon, o ovo e o suicidio



Hoje acordei muito cedo - tenho um livro para sair em Maio, por isso não há volta a dar a preguicites agudas - e tomei o pequeno almoço a ouvir o noticiário, o que já pode denunciar que me não terei levantado no melhor dos meus estados. De facto, acompanhar a primeira e mais suculenta refeição do dia com o desenrolar dos tristes acontecimentos que rodeiam o mundo em que vivemos, não deve ser o melhor índice de sanidade mental. Provou-se.


O tema central foi a taxa de suicídios no nosso país e o que ela representa, tendo como pano de fundo as tremendas depressões que andam por aí. Do que consegui apanhar o nosso país tem alta taxa de suicídio, embora dela se não possam tirar grandes conclusões. Aqui fiquei com dúvidas sobre se o médico perceberia alguma coisa de estatística, confesso.


Depois aprendi as mulheres deprimem mais do que os homens - pergunto porque será, eu que tenho já uma resposta pronta?! - mas são estes que mais se suicidam. Fiquei por aqui.


O bacon e o ovo estrelado começaram a ter vida própria e pareceram-me, de imediato, um caminho aberto para o aumento do colesterol e este uma rota para a depressão...


Como não admito deitar comida fora, sem que ela esteja estragada, lá acabei a refeição bastante deprimida e decidi bolsar aqui a minha apreensão. Eu sei que não se pode partilhar sempre coisas boas, mas tenhamos de convir que este tipo de notícias, se não faz bem aos saudáveis, corre o risco de matar mesmo os doentes!

HSC

terça-feira, fevereiro 16, 2016

A doença


"O cardiologista é que sintetizou rapidamente ambos os conceitos desta relação: o amor é uma doença crónica, a paixão é uma agudização. Com o primeiro habituamo-nos a viver todos os dias, com o segundo aguardamos uma exacerbação. Trata-se, no fundo, da gestão contínua de uma das patologias mais prevalentes na espécie humana."


Li este post num blog pelo qual passei e, por mais tentativas que tenha feito não consegui re-encontra-lo. Tomem-no por bom e desculpem esta minha incapacidade. 
Não pude deixar de me rir com a afirmação  do amor ser uma doença e depois do facto de ela se tornar crónica. Deixo a paixão - como uma espécie de erisipela aguda - para o fim.
Mas se alguém considera o amor uma doença, porque não acaba com ela ou com ele? Porque se habitua à maleita e a torna numa forma crónica de de sofrimento?
Não compete ao cardiologista impor tratar da mazela. Quando muito, compete-lhe sugerir os meios - medicamentos ou terapia - para o paciente, caso queira, acabar com ela. Mas terá sempre que ser este a fazer a escolha. Todavia, se há quem escolha ser doente, que pode o clínico fazer? Lembra-me um colega casado e infeliz que se não separava da mulher porque isso também lhe trazia infelicidade e ele não sabia qual seria a pior delas...
Já quanto à paixão ser uma agudização da primeira patologia admito que possa ser verdade. O estado de paixão, esse que tantos de nós desejamos viver, tem todas as características de alguma obsessão, de algum fanatismo. Tudo passa a girar à volta do objecto da paixão e não há nada a fazer que não seja consumi-la. E o que isso consome também de nós!
Já quanto à gestão contínua desta patologia sugiro que se fuja dela a sete pés, porque o custo benefício de tal operação, conduz inevitavelmente à falência, Orgânica ou financeira, claro! E não sei qual é pior!

HSC

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

A alegria de estar feliz!


Para mim a alegria é feita de pequenas coisas que me dão prazer. Hoje, por exemplo, acordei às 06:30 da manhã. Abri a janela do meu quarto e ouvi o primeiro pregão da Primavera que se aproxima. Inspirei tão fundo como se o mundo fosse parar e expirei muito devagarinho.Fiz isto três vezes.
Pensei em todos os problemas que tinha tido, nas pessoas que, como o meu irmão mais velho já se não dão conta de nada disto, naqueles que perderam tudo o que eu ainda tenho e agradeci a Deus aquilo que Ele afinal continua a dar-me, embora me tivesse levado o Miguel.
Aliás, é sempre nele que penso, quando me sinto feliz. Porque, acredito, e como lembra a foto que ilustra este post, tenho a noção de que aproveitei muito bem com ele, todas as pequenas coisas que a vida nos deu!

HSC

sábado, fevereiro 13, 2016

Uma história de amor no Dia dos Namorados (6)


Foi há muitos anos, no principio da terrível doença da minha mãe. Era necessário que fosse a Londres ser vista por um médico que, ainda hoje abençoo, pelo carinho que lhe dedicou, pelo que alguém aqui teria de receber a renda de um pequeno apartamento que ia alugar. Lá fiquei eu encarregue da tarefa enquanto o meu irmão mais velho a receberia na casa londrina uma vez que era diplomata acreditado na capital.
Tinha-me divorciado há já uns anos e a minha Mãe entendia que era altura de refazer a minha existência, apesar de eu - tonta que era! - continuar a julgar que havia perdido o homem da minha vida. Assim, quando me falou do economista luso inglês a quem alugara a casa, tive como que uma pré-monição de que ali havia a sua mão casamenteira.
O encontro para acerto de contas não podia ter corrido pior . Eu estava com pressa para ir ver o Vinicius de Morais e o importante administrador de uma grande empresa estrangeira, pareceu-me um pouco atarantado. Pensei para comigo que "aquele tal grande gestor" não desenvolvia o tema do pagamento e só me pedia que o deixasse levar-me ao concerto onde ele também ia. Expliquei-lhe que, antes, ainda me iria encontrar com uns amigos, mas o homem não descolava. Levava-me onde fosse preciso...
Resolvi que aceitar seria o melhor e lá me sentei, pela primeira vez, num Jaguar, facto que deixou os meus amigos em pulgas. No dia seguinte, 14 de Fevereiro, quando cheguei ao trabalho, o meu contínuo muito atrapalhado, disse-me que ia ter uma surpresa . E que surpresa, de facto!
Ao abrir a porta do gabinete tinha seis corbeilles de flores cada uma com seu cartão que dizia apenas uma palavra desta frase "Jante" "comigo". "Por" "favor" "diga" "sim"!
Passado um ano estávamos casados...E foi, afianço, uma bela história de amor que sempre ligarei à minha Mãe, no dia dos Namorados!

HSC

quarta-feira, fevereiro 10, 2016

O que sinto



Não sou médica, nem psicóloga.Tão pouco sou investigadora ou estudei a fundo o tema da homossexualidade. Sou heterosexual porque nasci assim e me sinto bem desta forma. Como calculo que aconteça o mesmo com aqueles que nasceram com características diferentes da minha. Sempre respeitei pouco as chamadas discriminações, mesmo quando estas sejam pela positiva.
Vem tudo isto a propósito da adopção de crianças por casais do mesmo sexo. É pelo "sentimento" que sou a favor. Como, aliás, me acontece em muitas outras coisas na minha vida. É, sim, por esse sentimento de amor de que uma criança carece, que sou a favor.
Não tenho dúvidas? Tenho algumas, porque nos primeiros tempos as crianças podem ser cruéis umas com as outras . Mas tenho, sobretudo, uma certeza: é que numa família as crianças estão melhor do que numa instituição. Seja essa família  hetero, homo ou até mono parental.
Percebo que a questão é complexa. Como o foi o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas por eu ser hetero terei, alguma vez, o direito de negar os direitos dos que não nasceram como eu?! Não tenho. Nem quero ter. E lamento profundamente que numa sociedade aberta como a nossa os homossexuais e as lésbicas ainda sejam vistos como fenómenos de violência e de escárneo. Ou que lhes seja negado um direito - como casal - a poderem fazer aquilo que a lei, sendo solteiros lhes permite. Que é a de poderem adoptar um filho!

HSC

terça-feira, fevereiro 09, 2016

O desejo a que temos direito.


Há quem afirme que com a idade o desejo desaparece. Falso. Ele continua lá. É talvez menos sôfrego mas é mais ousado e sobretudo menos apressado. As pessoas é que parece terem menos coragem de o vivenciar, de o procurar. E é uma pena, porque a idade desinibe e torna mais intensa e gratificante a sua prática. 
Desenganem-se aqueles que acreditam que, ao envelhecer, o seu potencial de erotismo diminui. Transforma-se, isso sim. Mas não para pior. Ao contrário, sendo menos imediatista, possibilita a descoberta de novos caminhos e portanto de outras sensações, antes menos procuradas.
Penso - sempre pensei - que o desejo deve ser satisfeito de forma consensual, mas sem inibições já que o corpo é um dos grandes mistérios da nossa vida e explora-lo é quase uma obrigação. Daí que seja profundamente lamentável não encarar a sexualidade das pessoas mais velhas como uma fonte inesgotável de juventude e algo que nos traz uma felicidade acrescida!
Liberte-se de preconceitos e aprenda a educar a sensualidade, porque é ela que lhe abrirá as portas da sexualidade de que não deve prescindir!

HSC

terça-feira, fevereiro 02, 2016

O luxo de poder estar só!


Sempre gostei de ter o meu espaço próprio e, sobretudo, o meu silêncio. Preciso disso como do pão para a boca. Possivelmente porque gosto de mim e gosto de estar comigo.
De tal modo sempre foi assim, que até no meu tempo de maior felicidade, tive a sorte de poder partilhar com o amor da minha vida esta forma de viver, já que ele sentia o mesmo.
É claro que gosto de viver num espaço comum onde tudo se torna possível. Mas, depois, para ser feliz, careço ter o "meu próprio espaço, silencioso ou com as melodias de que mais gosto" onde raramente permito que me interrompam.
E mesmo quando tinha uma casa muito pequena, sempre tive o meu canto, aquele onde, quando todos dormiam, eu estava comigo própria e no qual as grandes decisões pessoais eram tomadas.
Muitos amigos me dizem que este bonomia que sinto e de que falo se deve ao facto de ter à mão muito bons amigos. Mas não é apenas isso, porque já perdi muitos deles.
É um sentimento mais fundo, que vem de dentro e que até tem algo de onírico, que não deixa, ao mesmo tempo, de me fortalecer. Trata-se de um verdadeiro luxo para aqueles que o saibam vivenciar!

HSC