sábado, fevereiro 13, 2016

Uma história de amor no Dia dos Namorados (6)


Foi há muitos anos, no principio da terrível doença da minha mãe. Era necessário que fosse a Londres ser vista por um médico que, ainda hoje abençoo, pelo carinho que lhe dedicou, pelo que alguém aqui teria de receber a renda de um pequeno apartamento que ia alugar. Lá fiquei eu encarregue da tarefa enquanto o meu irmão mais velho a receberia na casa londrina uma vez que era diplomata acreditado na capital.
Tinha-me divorciado há já uns anos e a minha Mãe entendia que era altura de refazer a minha existência, apesar de eu - tonta que era! - continuar a julgar que havia perdido o homem da minha vida. Assim, quando me falou do economista luso inglês a quem alugara a casa, tive como que uma pré-monição de que ali havia a sua mão casamenteira.
O encontro para acerto de contas não podia ter corrido pior . Eu estava com pressa para ir ver o Vinicius de Morais e o importante administrador de uma grande empresa estrangeira, pareceu-me um pouco atarantado. Pensei para comigo que "aquele tal grande gestor" não desenvolvia o tema do pagamento e só me pedia que o deixasse levar-me ao concerto onde ele também ia. Expliquei-lhe que, antes, ainda me iria encontrar com uns amigos, mas o homem não descolava. Levava-me onde fosse preciso...
Resolvi que aceitar seria o melhor e lá me sentei, pela primeira vez, num Jaguar, facto que deixou os meus amigos em pulgas. No dia seguinte, 14 de Fevereiro, quando cheguei ao trabalho, o meu contínuo muito atrapalhado, disse-me que ia ter uma surpresa . E que surpresa, de facto!
Ao abrir a porta do gabinete tinha seis corbeilles de flores cada uma com seu cartão que dizia apenas uma palavra desta frase "Jante" "comigo". "Por" "favor" "diga" "sim"!
Passado um ano estávamos casados...E foi, afianço, uma bela história de amor que sempre ligarei à minha Mãe, no dia dos Namorados!

HSC

11 comentários:

Portuguesinha disse...

Bonito.

Virginia disse...


Parece uma história de novela....mas se correu bem, tanto melhor. O romantismo dos primeiros encontros é muito importante para se ficar cativado! Não lhe pergunto o que aconteceu depois porque a curiosidade matou o gato! Bom fim de semana!

Madalena Amaral disse...

Episódios dignos do mundo cor-de-rosa, literário ou cinéfilo. Belo! É tão bom ter a vida preenchida com estas boas recordações.
Obrigada por partilhar este momento da sua vida!
Beijinho.

Tété disse...

Lindo de morrer! É aquela estória que todas gostaríamos de ter vivido.
Mas só não percebi se chegaram mesmo a casar - um com o outro ou com parceiros diferentes?
Beijinhos

maria isabel disse...

Linda .
Se foi feliz,não dá para esquecer.
Bom domingo
Maria Isabel

Anónimo disse...

Uma delícia...
Inês Galvão

Helena Sacadura Cabral disse...

Tété
Fomos casados 13 anos. Que recordo com bastante saudade.
Mas também era 13 anos mais velho e a vida levou-o cedo!

Tété disse...

Mas foi lindo enquanto durou. Há realmente momentos em que a vida nos dá lindos presentes. Obrigada pela sua resposta que me deu uma enorme satisfação.
Abraços

Anónimo disse...


Helena
Lindo o que nos conta. Ainda mais a história de amor ser sua, obrigado por partilhar. Existem intuições fortes a sua mãe não se enganou.

Abraço
Carla

Anónimo disse...


Helena
Dizem que numerologia têm algum significado, já reparou nas sequências numéricas?
Conheceu-o a 13, tinha mais 13 anos, estiveram casados 13 anos.
Segundo Jung não existem coincidências, existem sincronicidades, um momento significativo que muda a vida de cada um. Desculpe voltar ao tema, mas creio em sincronicidades já tive algumas na vida, foram importantes para pensar, refletir, mudar o caminho.

Carla

Anónimo disse...


Helena
desculpe se não devia trazer para aqui esta entrevista, por isso a coloco no mês já atrasado.
Se não publicar o comentário compreendo, mas pensei que devia gostar de ler.

http://anabelamotaribeiro.pt/22906.html

Carla