terça-feira, fevereiro 16, 2016

A doença


"O cardiologista é que sintetizou rapidamente ambos os conceitos desta relação: o amor é uma doença crónica, a paixão é uma agudização. Com o primeiro habituamo-nos a viver todos os dias, com o segundo aguardamos uma exacerbação. Trata-se, no fundo, da gestão contínua de uma das patologias mais prevalentes na espécie humana."


Li este post num blog pelo qual passei e, por mais tentativas que tenha feito não consegui re-encontra-lo. Tomem-no por bom e desculpem esta minha incapacidade. 
Não pude deixar de me rir com a afirmação  do amor ser uma doença e depois do facto de ela se tornar crónica. Deixo a paixão - como uma espécie de erisipela aguda - para o fim.
Mas se alguém considera o amor uma doença, porque não acaba com ela ou com ele? Porque se habitua à maleita e a torna numa forma crónica de de sofrimento?
Não compete ao cardiologista impor tratar da mazela. Quando muito, compete-lhe sugerir os meios - medicamentos ou terapia - para o paciente, caso queira, acabar com ela. Mas terá sempre que ser este a fazer a escolha. Todavia, se há quem escolha ser doente, que pode o clínico fazer? Lembra-me um colega casado e infeliz que se não separava da mulher porque isso também lhe trazia infelicidade e ele não sabia qual seria a pior delas...
Já quanto à paixão ser uma agudização da primeira patologia admito que possa ser verdade. O estado de paixão, esse que tantos de nós desejamos viver, tem todas as características de alguma obsessão, de algum fanatismo. Tudo passa a girar à volta do objecto da paixão e não há nada a fazer que não seja consumi-la. E o que isso consome também de nós!
Já quanto à gestão contínua desta patologia sugiro que se fuja dela a sete pés, porque o custo benefício de tal operação, conduz inevitavelmente à falência, Orgânica ou financeira, claro! E não sei qual é pior!

HSC

7 comentários:

Anónimo disse...

Só há um modo de escapar de um lugar: é sairmos de nós.
Só há um modo de sairmos de nós: é amarmos alguém.

Mia Couto

:-)

Anónimo disse...


http://youtu.be/d5ESlCrao7s

:-))

Helena Sacadura Cabral disse...

Para o comentador das 9:58
Gosto muitíssimo de Mia Couto.
Mas a frase ficou, a meu ver, incompleta.
"Mas se amar alguém se tornar doença, então só há uma solução: afastar a doença"!

Anónimo disse...


Helena
A paixão pode levar a alguma falência técnica, mas leva-nos também a sonhar acordados, a ter momentos únicos, é o 1ª sentimento a aparecer só depois vem o amor. Já o amor é mais racional, calmo, ameno, menos tempestuoso em todos os sentidos. O certo é ter qb dos dois. Quanto ao seu colega, penso que está com medo de fazer sofrer a mulher, tem pena dela. Mais vale só, que infeliz, mais tarde a mulher poderia refazer a sua vida, ele ser feliz com outra. Conformar-se não é solução. Ao estar a viver com ela, suponho que deve ocultar sentimentos.

Carla

Anónimo disse...

Doença não é Amor... é doença.Como tal precisa tratamento.

Amor é dar
Amor é alegria
Amor enche a alma
Amor é pureza de sentimentos
Amor só faz bem
Amor é tão somente Amor...com os dois na mesma sintonia

:-)

Anónimo disse...

E Mia Couto é o néctar das palavras com alma e vida.Tal como a HSC.E gosto... Muito.

:-)

LS disse...

Talvez a paixao nos lance tremendamente diante dum abismo em que nao somos
mas so assim saimos de nos para outro encontrar

o blog sera este? http://au-revoir-lividez.blogs.sapo.pt/