sábado, abril 23, 2016

Quatro anos depois


Amanhã passarão quatro anos sobre a morte do meu filho Miguel. Posso afirmar, sem mentir, que não houve um só dia que começasse sem o saudar e o terminasse sem dele me despedir. Na minha casa as suas fotografias a sós e com o irmão, estão bem presentes. Vivo, aliás, rodeada dos meus, desde os bisavós aos netos que tenho.
Amanhã começarei o dia com uma missa em sua intenção, onde espero ter comigo o seu irmão e a sua irmã, juntamente com os amigos. Não vai ser um dia fácil, como aliás o de hoje também não será, porque me faz lembrar os últimos momentos da sua vida, que é a imagem mais atroz que até hoje presenciei.
O meu filho morreu com uma enorme dignidade e o que mais me custa é que tenhamos tido que a partilhar com o partido em que militava, o qual jamais permitiu que a sua morte fosse apenas um assunto de família. Embora me esforce por compreender que essa era uma parte importante da sua vida, é-me muito difícil aceitar que o Bloco se pudesse ter transformado numa espécie de segunda família...
Finalmente, decorrido o primeiro aniversário do seu desaparecimento, somos nós - eu e o irmão - que nesta matéria passámos a ocupar o lugar que nos cabe, decidindo do "como" e do "onde" a sua morte será relembrada. Desta vez será na Capela do Rato, na missa das 11:30, celebrada pelo Padre Tolentino de Mendonça.

HSC

21 comentários:

Virginia disse...



Um filho é pertença nossa durante a vida e ainda mais depois da morte, assim como a dor que nunca passa.

Não abdique dos seus direitos. Não foi o Partido que o criou e educou. Limitou- se a colher a flor já plantada e nutrida por si. RIP, Helena!

rosa-branca disse...

Amiga, nem que passem 100 anos, a dor permanece sempre intacta. Um abraço apertadinho com muito carinho

Mineu Borques Leal disse...

Um Beijo

Silenciosamente ouvindo... disse...

Momentos de uma grande espiritualidade que virá viver junto dos seus.
O Miguel estará sempre em nós, mesmo que como mo meu caso, não seja
da Família ou do BE. Mas admirava-o muito.
Um bj.
Irene Alves

Ältere Leute disse...

Um abraço solidário de quem não sabe , mas só de imaginar se irmana no seu sentimento de perda de um filho !
Mª Augusta Alves

Anónimo disse...

🌹🌹🌹

Fatyly disse...

Tudo que se possa dizer pouco ou nada alivia a dor da perda de um filho, que o diga igualmente a minha mãe...uma ferida que não fecha.

Um abraço sincero

Tété disse...


Que todo o carinho com que a envolvem a ajude a passar o dia de amanhã.
Um beijo do coração e um abraço bem apertado.

Unknown disse...

D. Helena, boa noite.
Quatro anos depois, imagino que o seu dia não será mesmo nada fácil, os filhos não nos pertencem, mas são o nosso mundo, o nosso tudo.
O seu filho Miguel, era um Homem integro, daqueles que começam a escassear.
Beijinho.

Anónimo disse...

Hand in hand

A

Anónimo disse...

Necessita de muita força!

maria isabel disse...

Neste dia,um beijinho muito especial e muito sentido.
Maria Isabel

Anónimo disse...

há muito que a queria abraçar,hoje nao o quiz adiar,esse abraço a fe fez-me bem,bem haja

fatima MP disse...

Um abraço super solidário e carinhoso, de mãe para mãe.

Janita disse...

Não devia ser assim, a Lei da vida não é (não devia ser) assim! Mas, infelizmente, acontece.

Ver partir um filho e desejar poder partir no seu lugar, para que o curso natural das coisas seguisse o que deveria ser, dói muito!

Deixo-lhe, Drª. Helena, a minha solidariedade e o profundo respeito pela memória do seu ente querido. Cidadão e político exemplar.

Aceite um abraço meu.

Janita

Anónimo disse...

capela do rato cheia.sao imensos dr.helena os que admiram a vossa familia.o miguel esteve sempre ali e viu-a.proximo domingo sera dia da mae e aniversario do miguel.um abraço,igual ao de hoje.luisa

Jéssica Barreira disse...

Gosto de gostar de si! Beijo enorme!

Anónimo disse...


Helena
Concerteza que a capela estava cheia, O Miguel tinha muita gente que gostava dele, de esquerda e direita. Era um homem cativante, os grandes homens sabem tocar o próximo, independente dos seus ideais.
Curioso o que conta de saudar e despedir-se, em tempos já o fiz também mas deixei de fazer. Aprendi o que é benéfico para mim e o que me recorda a dor.


Abraço
Carla

Anónimo disse...

Mais uma vela acesa e uma prece, em nome do Miguel, na mesma abadia aqui bem ao norte da Europa.
L.L.

Anónimo disse...

Soberbo..
Um filho é e será sempre soberbo...
Abraço.

Orlanda Ferreira

GL disse...

Curvo-me, num imenso respeito pela sua dor, a dor maior que uma Mulher pode sofrer.
Curvo-me, perante a força, a coragem, o exemplo que é a postura da Mãe que perdeu o seu menino - para as Mães os filhos alguma vez crescem? - o Homem que, tenho a certeza, a maioria de nós admirava, independentemente da sua ideologia.

Abraço fraterno.