sábado, novembro 21, 2015

A criança que persiste em nós


Tenho da minha infãncia muitas e gratas recordações. Sobretudo, dos avós maternos com quem convivi muito de perto e que me marcaram para sempre. Constituiram uma enorme família, tiveram muitos filhos e muitos netos. Mas a imagem que mais me marcou, era aquele permanente olhar de ternura que caracterizou os mais de 50 anos que viveram casados. Assisti à comemoração desse meio século de partilha de vida e sempre sonhei que um dia havia de ser assim, comigo, também.
Para o bem e para o mal tal sonho não foi possível. Mas agora, passados tantos anos, há uma certeza que tenho guardada no meu coração. É que essa criança que os olhou ainda vive dentro de mim e eu não seria a mulher que hoje sou se ela não continuasse a existir!

HSC

2 comentários:

Inês Galvão disse...

Também é com uma imensa saudade e ternura que me lembro dos meus avós maternos, chegaram a fazer 60 anos de casados, bodas de diamante, era uma casa cheia e hoje, à distância de 30 anos, daquilo que mais sinto falta é da sensação de segurança que aquela casa me dava, ali nada de mal nos poderia acontecer. Quando a saudade aperta fecho os olhos e percorro a casa para não esquecer nada com o passar do tempo, nem das vozes nem de alguns cheiros como o da gaveta do pão na cozinha.
Agora, nestes tempos, a casa dos Avós faz-me muita falta.
Obrigado por partilhar as suas memórias.
Inês Galvão

Anónimo disse...

🌷🌷🌷