quarta-feira, fevereiro 10, 2016

O que sinto



Não sou médica, nem psicóloga.Tão pouco sou investigadora ou estudei a fundo o tema da homossexualidade. Sou heterosexual porque nasci assim e me sinto bem desta forma. Como calculo que aconteça o mesmo com aqueles que nasceram com características diferentes da minha. Sempre respeitei pouco as chamadas discriminações, mesmo quando estas sejam pela positiva.
Vem tudo isto a propósito da adopção de crianças por casais do mesmo sexo. É pelo "sentimento" que sou a favor. Como, aliás, me acontece em muitas outras coisas na minha vida. É, sim, por esse sentimento de amor de que uma criança carece, que sou a favor.
Não tenho dúvidas? Tenho algumas, porque nos primeiros tempos as crianças podem ser cruéis umas com as outras . Mas tenho, sobretudo, uma certeza: é que numa família as crianças estão melhor do que numa instituição. Seja essa família  hetero, homo ou até mono parental.
Percebo que a questão é complexa. Como o foi o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas por eu ser hetero terei, alguma vez, o direito de negar os direitos dos que não nasceram como eu?! Não tenho. Nem quero ter. E lamento profundamente que numa sociedade aberta como a nossa os homossexuais e as lésbicas ainda sejam vistos como fenómenos de violência e de escárneo. Ou que lhes seja negado um direito - como casal - a poderem fazer aquilo que a lei, sendo solteiros lhes permite. Que é a de poderem adoptar um filho!

HSC

12 comentários:

Anónimo disse...


A meu ver, sejam quais forem as orientações sexuais de cada um, todos têm o mesmo direito. A lei devia ser aprovada, basta de recriminações. Como o direito à procriação medicamente assistida, devia ser aceite para quem decide ter um filho biológico, sejam homossexuais/lésbicas.
Gostei tanto de ouvir a Ana Zanatti.

https://www.youtube.com/watch?v=KzakBP2h4ss

https://www.facebook.com/events/1320943354598089/?ref=98&action_history=null
Outro tema, que toca algumas pessoas,foi o meu mundo durante 7 anos, conheci muita boa gente nele, e foi graças a ele que hoje tenho a Rita.

Carla

Unknown disse...

Dra.Helena,

"O que sinto" - Nem sei dizer, faltam-me as palavras!

Por respeito, desejo-lhe longevidade e saúde, muita saúde.

Entrei no seu blog "Fio de Prumo", quando estava a ler um livro seu.Foi-me negada a permissão ao mesmo blog, quando estava a ler o seu último livro.Que dizer?

Nada...,este deixo por vontade própria.

Apresento os meus respeitosos cumprimentos,

nadiá disse...

Drª Helena
Subscrevo na integra a sua opinião...revolta-me ver tanta falsa moralidade por aí papagueada.
Que as mazelas consequentes do seu trambolhão passem rápido.
Gosto de a ler.
Bem haja.
nadiá

Anónimo disse...

Absolutamente de acordo, caríssima HSC.

Helena Sacadura Cabral disse...

Madalena
Agradeço a sua frontalidade.
Quando escrevi este post sabia que iria chocar alguns comentadores. Mas isso é o risco de quem diz o que pensa. Para mim, o essencial é que uma criança viva rodeada de carinho e de amor. Mas também sei e aprendi que não é apenas a família tradicional que é capaz de o dar.
Para o meu Deus todos somos seus Filhos. Mostra-o bem a decisão do Papa Francisco mandar os seus padres por esse mundo fora, perdoar os miseráveis abortos feitos em países famélicos.
A longa vida que já levo ensinou-me a virtude da tolerância, aquela que faz com que tentemos entender aqueles que não são como nós e que ousamos considerar anormais. Que Deus nos proteja e a eles, porque é disso que todos precisamos. Crianças incluídas!

maria isabel disse...

O que a Doutora Helena sente é o que sente muita gente, daí tanta polémica.
Eu sou das que sentem igual.
Todos precisamos de amor, todos mesmo.
Maria Isabel

Dalma disse...


O que realmente interessa é que as crianças sejam amadas e por tanto tanto devia dar ser por dois pais, duas mães ou pai e mãe. Quanto a eventuais problemas nas escolas isso será apenas temporário. O mesmo aconteceu com os filhos de pais divorciados, hoje a miudagem toma isso como é normal.
Os canadianos da província de Alberta estão a minimizar o problema, concorde-se ou não com a forma.
Leia-se aqui como


http://iwf.org/blog/2799131/Alberta,-Canada's-Progressive-New-Government-Bans-the-Words-%22Mother%22-and-%22Father%22-in-Schools

ERA UMA VEZ disse...

Querida Helena

Porque é que não estou surpreendida com a sua opinião?

Porque, mesmo sem nunca termos falado sobre este assunto, tinha a certeza de que seria esta a sua opinião.
Porquê?
Porque é inteligente, livre, tolerante e sempre à frente do seu tempo
Mais uma vez, estamos juntas!!!

Portuguesinha disse...

Não é questão que me apoquente.
Quando mais nova ainda pensava se era "justo" uma criança crescer sem pai ou mãe. E nem estou a fazer especial referência a uma que fosse adoptada ou gerada entre casais do mesmo sexo. Fui mais além e pensei na monoparentalidade. Refleti em todas estas mudanças e conclui que tudo é válido. Desde que haja vontade. Porque uma família toda "certinha" tanto "dá certo" como dá errado. Não existem fórmulas. Cada qual tem de encontrar a sua e cabe à sociedade abrir a mentalidade para essas multiplicidades.

Anónimo disse...

Sou sua leitora no fio de prumo e agora serei tambem aqui, porque gosto muito da sua escrita. Nunca comentei mas hoje não resisto porque escreveu mesmo aquilo que penso...pode nåo ser o ideal...a maior parte das vezes não é...mas certamente ė melhor que crescer numa instituição por melhor que a mesma seja....sou psicologa clinica , estive muitos anos ligada a uma comissåo de proteçåo de menores e sei, vi , que nada ė tåo perturbador para uma criança do que crescer rodeada de estranhos... sou catolica praticante e nåo sinto que esta minha posição me afasta de Deus, ou . O afasta de mim...

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 11:34
Deus é Pai de todos nós. E todos nós somos seus filhos. Se o casamento de pessoas do mesmo sexo é legal, se cada um, por si, pode adoptar, porquê esta recusa em nome do casal?
Deus é grande e o tempo resolverá tudo. Espero bem!

maria luisa policarpo disse...

Obrigado dra .Helena por ter respondido ao meu comentário. Não sou tão "anonima" assim...o meu nome é maria luisa policarpo e só enviei dessa forma porque habitualmente nåo comento blogues. Mas não resisti por causa de um comentário que li...e sim espero que tudo se resolva e que mais crianças encontrem um lar e pais e mães que as amem incondicionalmente...